domingo, 10 de maio de 2009

Poema de dia das mães

Lembrei do primeiro poema que eu escrevi na vida (e talvez o melhor de todos). Foi um poeminha de dia das mães, para um concurso de alunos da quarta série. Aos oito anos, aprendi muito com ele quando vi minha mãe começar a chorar de me ouvir recitando, no quarto dela, de manhã cedo, em frente à "camona":

Ó mãe que amo tanto
E que me ama também
És tudo na minha vida
Como no mundo ninguém

Me levas para passear
Me levas para brincar
Te levo pro meu coração
E não te tiro mais não


... E mais umas três estrofezinhas, rigorosamente rimadas e com um estilo grandioso que seria minha marca registrada por muitos anos (o adulto já estava presente no menino), que eu não lembro mais de cor. Lembro, sim, do meu susto com as lágrimas dela, meu desentendimento daquela reação. Eu ainda não sabia que era possível chorar de alegria.

Fiquei em segundo lugar no concurso, para revolta da minha professora, que garantia que o poema do primeiro colocado tinha sido plagiado, que ela já tinha lido em um livro. Mas mesmo assim, acho que ganhei algum premiozinho, não lembro qual. O prêmio não foi importante. Importante foi aprender a chorar com a emoção que a literatura e outras artes despertam no ser humano, aprender sobre o poder das palavras. Mais que isso. Foi aprendê-lo com a minha mãe.